#3 De Volta aos Ramos



Recuperando o Movimento Inicial da Aliança que Gerava Fruto




A linguagem de “ramos” vem diretamente dos lábios de Jesus:
“Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto”
(João 15:5)

Quando as primeiras reuniões da Aliança Cristã e Missionária foram formadas, elas não eram chamadas de igrejas. Eram chamadas de ramos. Essa distinção — sutil à primeira vista — é profundamente teológica e talvez seja a chave para recuperar a vocação original da Aliança como um movimento, e não uma denominação.
Não é a linguagem da instituição.

É a linguagem da permanência, da dependência, da vida fluindo diretamente da Fonte.

Ao se chamarem ramos, os primeiros crentes da Aliança enfatizavam algo profundo: eles não estavam erguendo monumentos nem organizando hierarquias — estavam crescendo a partir do próprio Cristo.

Sua identidade não estava presa a prédios, programas ou denominações. Estava enraizada em um relacionamento vivo com a Videira.

Com o tempo, à medida que os movimentos envelhecem, tendem a derivar para a autopreservação.

A dependência radical do ramo pode se endurecer na burocracia do conselho.

A espontaneidade frutífera da videira pode ser substituída pela poda administrativa da organização.

O “movimento” desacelera, consolida-se e se torna, ironicamente, aquilo que um dia existiu para reformar.

A Aliança não está isenta dessa tentação.

Mas ainda há tempo para voltar.
Um ramo implica movimento.
Ele cresce para fora.
Segue a luz.

Dá fruto não para sua própria sobrevivência, mas para o bem dos outros.
Os primeiros aliancistas entendiam isso. Por isso sua visão era global, sua mensagem urgente, e seus encontros simples, porém catalisadores.

O Evangelho Quádruplo de A.B. Simpson — Jesus como Salvador, Santificador, Curador e Rei Vindouro — pulsava pelos ramos como sangue vivo, não como doutrina abstrata, mas como realidade encarnada.

Além disso, o termo ramo carrega um peso messiânico.

As Escrituras Hebraicas falam de um “Ramo” vindouro (hebraico: Tzemach) que trará justiça e restaurará o trono de Davi (Jeremias 23:5; Zacarias 6:12).

Os primeiros crentes da Aliança sabiam que suas reuniões não eram apenas expressões de fé — eram extensões do próprio Messias.

Sua missão era ser as mãos e os pés do Ramo Justo, levando Seu caráter e autoridade a todas as nações.

Paulo fala em Romanos 11 de ramos bravos de oliveira sendo enxertados na oliveira cultivada.

Isso não trata apenas da inclusão dos gentios.

É sobre o propósito de Deus em formar um povo diverso e frutífero, humilde e dependente, consciente de que a vida vem da Raiz — não de seus próprios planos.
Sob essa luz, o impulso missionário da Aliança não é meramente prático. É teológico.

Reflete o coração de um povo que sabe ter sido enxertado e deseja ver outros ligados à mesma Fonte de vida.

Então, o que significa hoje voltar aos ramos?

•Significa recuperar a postura espiritual de permanecer, e não apenas de construir.

•Significa resistir à força do institucionalismo e retornar à simplicidade da dependência.

•Significa medir a frutificação não por números ou orçamentos, mas por vidas transformadas e obediência guiada pelo Espírito.

•Significa permitir que Deus nos emende — não para destruir, mas para renovar.
Talvez a Aliança esteja sendo chamada de volta às suas raízes — não à nostalgia, mas à vitalidade.

Não a um modelo antigo, mas à Videira viva.

Não é um chamado para desmontar estruturas por si só, mas para realinhá-las ao propósito.

É um chamado à reforma, não à retirada.

Um chamado ao movimento, não ao monumento.

No fim, os ramos não se esforçam. Eles descansam. Eles recebem.
E frutificam naturalmente, porque estão ligados a algo maior.
É essa visão que precisamos novamente.

De volta aos ramos — de volta à Videira — de volta ao movimento que gera fruto.


Estrutura Missionária
Nos primeiros escritos missionários da C&MA, o termo ramo também era usado de forma prática:

• Para se referir a postos avançados, estações missionárias ou igrejas emergentes conectadas ao esforço central da missão.

• Um ramo ainda não era uma igreja totalmente autônoma, mas parte de um movimento em crescimento — exatamente como A.B. Simpson sonhava: com flexibilidade e expansão.


Evitando a Linguagem Denominacional
Simpson frequentemente resistia a chamar a C&MA de uma denominação — ele preferia a linguagem de movimento.

Assim, em vez de falar em “implantação de igreja” ou “igreja local”, a palavra ramo soava mais fluida, missionária e não institucional, combinando com seu foco em “trazer de volta o Rei” por meio de uma missão empoderada pelo Espírito.

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